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Hora de Continuar


‘Vamos, é hora de continuar!’. 
Ergo-me dentre minhas próprias cinzas e aposto no meu amanhã, afinal minha vida sempre foi assim, esta sucessão de recomeços. 
As dores, outrora pesadas demais, tornam-se pouco a pouco uma doce lembrança e um valioso aprendizado, cujo ensinamento é não paralisar mais diante de determinadas situações. 
A vida me ensinou a levantar e eu reaprendi a sorrir. 
Cada detalhe desta caminhada me enaltece e cada passo me torna melhor. 
A saudade e a lembrança tomam conta das minhas horas, mas eu insisto a conjugar o verbo prosseguir. 
O grito preso em nosso interior, e que apenas nós ouvíamos, perde- se no vácuo deixado pelo primeiro sorriso de superação. 
E então continuar deixa de ser uma obrigação e o tempo nos mostra que nada mais é do que o cumprimento da nossa missão. 
E pela possibilidade do novo, de novo: 
Eu agradeço!
A gratidão é ferramenta que possibilita o recomeço. 
Concentrar-se nas boas lembranças do que perdemos e no que ainda temos, e não no que não vamos ter mais. 
Fazer do passado visita e não moradia, planejar o futuro sem demasia, vivendo e agradecendo a dádiva do hoje. 
Seguir em frente é desafio bonito que a vida nos dá. 
Todavia, para ela, nada passa em branco. 
Pela coragem de aceitá-lo, ela nos presenteia com a tal da felicidade, aquela verdadeira, do peito, da alma, aquela que decide ficar."
 
Rachel Carvalho e Erick Tozzo

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Atritos




Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.

Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.
Somos transformados a partir dos encontros,
desde que estejamos abertos e livres
para sermos impactados
pela ideia e sentimento do outro.
Você já viu a diferença que há entre as pedras
que estão na nascente de um rio,
e as pedras que estão em sua foz?
As pedras na nascente são toscas,
pontiagudas, cheias de arestas.
À medida que elas vão sendo carregadas
pelo rio sofrendo a ação da água
e se atritando com as outras pedras,
ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas, desbastadas.
Assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar
que não existem sentimentos, bons ou ruins,
sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir
um relacionamento próximo com o outro,
é não crescer, não evoluir, não se transformar.
É começar e terminar a existência
com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás,
vejo que hoje carrego em meu ser
várias marcas de pessoas
extremamente importantes.
Pessoas que, no contato com elas,
me permitiram ir dando forma ao que sou,
eliminando arestas,
transformando-me em alguém melhor,
mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas,
com suas ações e palavras
me criaram novas arestas,
que precisaram ser desbastadas
Faz parte...
Reveses momentâneos
servem para o crescimento.
A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo,
ainda nessa análise.
Começamos a jornada da vida
como grandes pedras,
cheia de excessos.
Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida,
foram perdendo todos os excessos
que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais de sua essência,
e ficando cada vez menores, menores, menores...
Quando finalmente aceitamos
que somos pequenos, ínfimos,
dada a compreensão da existência
e importância do outro,
e principalmente da grandeza de Deus,
é que finalmente nos tornamos grandes em valor.
Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira
de excesso para chegar ao seu âmago.
É lá que está o verdadeiro valor...
Pois, Deus fez a cada um de nós
com um âmago bem forte
e muito parecido com o diamante bruto,
constituído de muitos elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,
a de amar...
Mas temos que aprender como.
Para chegarmos a esse âmago,
temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os excessos
que nos impedem de usá-lo,
de fazê-lo brilhar
Por muito tempo em minha vida acreditei
que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido,
ter e provocar raiva,
ignorar e ser ignorado
faz parte da construção do aprendizado do amor.
Não compreendia que se aprende a amar
sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...
os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmente
não ocorrem se não houver envolvimento...
E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE!
Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.
Roberto Crema


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